domingo, 21 de julho de 2013

Sim

Faz tempo que não escrevo aqui. E tanta coisa aconteceu!

Muita mudança, muito crescimento. Impossível ser diferente. A vida está acontecendo e as transformações são inevitáveis. 

Hoje quero escrever um lembrete para mim mesma. Quero lembrar a mim mesma de uma técnica muito simples e poderosa para o processamento de emoções, pensamentos, etc. 

Apenas diga "sim".

O que quer que se apresente, apenas diga "sim". Seja bom ou ruim. Seja desejado ou não. Apenas diga "sim". 

É tão simples que é difícil de fazer, na hora. Mas quando a gente consegue lembrar disso, faz uma diferença enorme. É um ato de fé, de convicção. Não poderia explicar, em poucas palavras, o que me leva a crer nisso. Na verdade, acho que eu não poderia explicar... É preciso perceber. 

Nem sei quando volto aqui, rs. Deu vontade hoje... Mas o tempo anda tão escasso! 

Até!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Bridge Over Troubled Water



When you´re weary
Feeling small
When tears are in your eyes
I will dry them all

I´m on your side
When times get rough
And friends just can´t be found
Like a bridge ove trouble water
I will lay me down

When you´re down and out
When you´re on the street
When evening falls so hard
I will comfort you

I´ll take your part
When darkness comes
And pain is all around
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Like a bridge over trouble water
I will lay me down

Sail on, silver girl
Sail on by
Your time has come to shine
All your dreams are on their way

See how they shine
And if you need a friend
I´m sailing right behind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind
Like a bridge over troubled water
I will ease you mind

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal em família

O meu Natal 2012 está longe de ter sido o melhor da minha vida. Na verdade, deu uma trabalheira danada, embora não tenha preparado nenhum prato, nem recebido ninguém. É que dá muito trabalho realizar um natal quando a família está desunida. 

Dos detalhes, pouparei vocês. Basta dizer que comecei a costurar a data de ontem já na sexta-feira. Remendar é palavra mais exata para a situação. A incompreensão foi meu argumento. Que não compreendamos os motivos uns dos outros, mas façamos aquilo que nossos corações pedem, que é estar em família. E foi assim que a metade da família que queria estar em união adaptou seus planos para incluir a metade que não estava nem aí pra essa história de natal. 

Então posso dizer que tudo deu certo, de certo modo. Estabelecida a "união", ainda assim havia 4 natais para comparecer. Estive em 3 deles. O de número 4 ficou para hoje (que, tecnicamente, ainda é natal), graças ao trânsito de Recife e ao fato de que percebi que, não, eu não sou a nova Messias. 

O que aprendi sobre mim é que me é realmente importante que a família esteja reunida, não só no natal, mas sempre. Pequenas intrigas que causam grandes afastamentos me entristecem além da conta e eu simplesmente não pude ficar parada. Fico feliz por ter conseguido bons resultados na situação. 

Mas meu pedido a papai noel para o ano que vem é que as pessoas recuperem o gosto por estarem umas com as outras. Que no ano que vem haja apenas um natal a comparecer (no máximo 2, rsrs, pois aí é querer demais). Este ano, fiquei bastante cansada. Não sei se estarei disposta a feito similar no ano que vem. 

Aos leitores, desejo um feliz natal. Aos que se identificarem com este post, desejo que não desistam de suas famílias. Nossa ligação com elas é única e indissolúvel e, por menos que queiramos admitir, estão entre as pessoas mais importantes de nossas vidas.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O mundo pode até acabar

Espero vocês em Olinda. 

Beijo, me liga! ;-)

 


Trombone de Prata

Ouvi dizer
Que o mundo vai se acabar
Que tudo vai pr'as cucuias
Que o sol não mais brilhará

Mas se deixarem
Um bombo e uma mulata
E um trombone de prata
O frevo bom viverá

Pode acabar o petróleo
Pode acabar a vergonha
Pode acabar tudo enfim
Mas deixem o frevo pra mim

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Atos de fé

Escrevi o post abaixo faz um tempinho, nem lembro mais quando. Como acontece com muitos posts que inicio, não o publiquei de imediato e depois esqueci dele. Mas agora, relendo-o, percebi que consegui captar a essência do que queria dizer, rsrs. Muito embora eu não esteja mais planejando a minha festa de casamento (vide texto abaixo), continuo investido, cada vez mais, nos meus atos de fé. Talvez agora mais do que nunca. :-)

Estou descobrindo a cura pela fé.
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Esse negócio de fé sempre me intrigou. Afinal, como assim "acreditar"?? E se eu resolvesse acreditar numa fantasia e depois desse tudo errado?? Não, não me convencia, mesmo, essa história de "ter fé".
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Então segui assim na vida, inevitavelmente praticando meus atos de fé, mas sempre cercada de inúmeras precauções, "seguranças", "garantias"... Muitas vezes o medo era demais e só me restava retroceder, mas, de quando em quando, lançava meus olhos para o horizonte e partia - morrendo de medo, mas ia.
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Mas eis que chegou um momento que, por algum motivo, me é especialmente desafiador: chegou a hora de planejar meu casamento.
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Planejar um casamento é um ato de fé. Mais que isso: é um ato público de fé.
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É preciso ter fé em que o relacionamento irá durar (pelo menos até o dia da cerimônia!); que os convidados comparecerão (e gostarão!); que o bolo ficará lindo e gostoso... E em que, de alguma forma, os noivos (tipo, o digníssimo e eu) viverão felizes para sempre.
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Só agora me dou conta do friozinho na barriga que sempre senti ao ouvir falar em noivas-para-casar. Sempre temia por seus corações partidos, se porventura o noivo resolvesse mudar de idéia na última hora. Por quê ter essa preocupação específica?? Não sei! Só sei que planejar minha festa de casamento representa, para mim, um desafio e tanto de fé.
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Mas, festas de casamento à parte, aprender a acreditar e arriscar é talvez a única coisa que nos move na vida, é mesmo o que nos mantém vivos.
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Estudar para um concurso público é um senhor ato de fé, especialmente se você parou de trabalhar para poder estudar.
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Comprar um cachorro. E se você cansar dele depois de 6 meses? 2 anos? 10 anos?
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Ter um filho, então?! Haja fé de que será possível educa-lo, alimenta-lo, ter tempo para fazer tudo isso e ainda brincar com ele...
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É preciso ter fé para realizar as menores coisas. A fé é o ânimo da nossa alma, o fio infinito de esperança, que nos move a cada dia. É uma confiança inocente no sucesso dos nossos menores - e maiores - empreendimentos. Ela nos abre um sorriso, de orelha a orelha, pela simples idéia de que podemos conseguir o que queremos.
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Sempre duvidei da fé. Tinha medo dela e preferia não acreditar... Como se apostar no agouro pudesse, de alguma forma, me proteger do sofrimento. Ou então, numa estratégia mais ardilosa da mente, eu me cercava de "seguranças" e "garantias" infinitas, exaustivas e, é claro, inúteis...
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Portanto, sem querer plagiar, mas já tomando emprestado, andar com fé eu vou.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

This too shall pass

Não sei se já postei essa música aqui no blog. Acho belíssima. :-)





I´ve achieved so much in life
But I´m an amateur in love
My bank account is doing just fine
But my emotions are bankrupt

My body is nice and strong
But my heart is in a millios pieces
When the sun is shining, so am I
But when night falls, so do my tears

Sometimes the beat is so loud in my heart
That I can barely tell the voices apart
Sometimes the fear is so loud in my head
That I can barely hear what God says

But then I hear a whisper that this too shall pass
I hear the angels whisper that this too shall pass
My ancestors whisper that this day will one day be the past
So I walk in faith that this too shall pass

The one that loved me the most
Turned aroud and hurt me the worst
I´m doing my best to move on
But the pain just keeps singing me a song

My head and my heart are at a war
´Cause love ain´t happening the way I want it
Feel like I´m about to break down
Can´t hear the light at the end of the tunnel

It´s when I pray for healing in my heart
To be put back together what is torn apart
Then I pray for quiet in my head
That I can hear clearly what God says

Then I hear a whisper that this too shall pass
I hear the angels whisper that this too shall pass
My ancestors whisper that this day will one day be the past
So I walk in faith that this too shall pass

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O louco da praia

No último final de semana, vi um louco na praia.
 
Era um homem magro, por volta dos 40 anos, que parecia estar interagindo com alguém. Pelo que pude interpretar, ele estava se sentindo hostilizado por essa pessoa/coisa e tentava se defender, abaixando-se, colocando as mãos diante de si, tentando dominar a situação, de alguma forma. Depois ele correu bastante, olhando para trás, então parou mais longe e, aos poucos, voltou para onde estava no começo, bem na minha frente.
 
Ao ver o louco na praia, pensei nas brincadeiras das crianças. Elas também têm diálogos elaborados com seres imaginários, com quem brincam e brigam. Os filhos únicos devem ser especialistas em criar suas companhias invisíveis. Como os loucos, as crianças se perdem em sua imaginação durante horas a fio e, às vezes, por pura inexperiência de mundo, acreditam piamente no que criam.
 
Dos loucos, entretanto, sinto pena. Me entristece imaginar sua dificuldade de comunicação com as outras pessoas. Não deve ser fácil conviver com tanta incompreensão. Imagine como seria se as suas angústias sempre fossem recebidas com incredulidade, risos, ou com a aplicação de alguma droga para acalmar você. Imagine como deve ser nunca sentir-se próximo a alguém, nunca ter a sensação de cumplicidade, que advém do sentimento de compreensão mútua. Não ser levado a sério e nem ter autonomia sobre a própria vida. Ou, como no caso do louco da praia, ficar solto pelo mundo, lutando contra seres perigosos, por vezes pondo em risco a própria vida.
 
Diferentemente das crianças, os loucos não podem esperar um dia aprender sobre a realidade. Seus monstros não deixarão de existir dentro de 3 ou 4 anos. Também a sua inclinação a mergulhar na irrealidade de suas mentes jamais será voluntária, como o é para as crianças. Os loucos não têm escolha.
 
Porém, a despeito de sentir pena do louco, não pude deixar de perceber uma certa familiariedade em sua condição. Afinal, nós, "não-loucos", também nos encontramos enredados em nossos próprios pensamentos, nossos sentimentos ameaçadores, contidos ou não, lutando contra nossos "monstros", que podem estar projetados no mundo exterior, na figura de um chefe chato, de uma grande injustiça da vida ou de uma simples semana chuvosa nas férias. Nossa comunicação é precária, esparsa, ineficiente, em nossos relacionamentos. Nos sentimos incompreendidos e isolados mesmo ao lado dos que mais amamos.

Afinal, não somos tão diferentes assim do louco da praia.    
   

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Escolhendo viver

Na terça-feira da semana que vem, embarcaremos - Bruno e eu - em uma viagem maravilhosa. Há meses planejamos, estudamos, escolhemos tudo o que queremos fazer. Será a nossa lua-de-mel!!
 
Momento de pura alegria, certo?? Errado. Senhoras e senhores, recebam as polaridades, que sempre se manifestam com igual intensidade. Pois a empolgação, a alegria e o sentido de realização de um sonho estão sendo acompanhados, de pertinho, pelo medo, medão, medãozão de estar "dando um passo em falso"; medo de morrer, mesmo, para ser clara. É um medo tão grande que tira o meu sono e atrapalha meu raciocínio, fazendo-me questionar toda essa história de viajar. 
 
E agora?? Seria isso um presságio?? Difícil dizer. Afinal, essa rotina se repete todas as vezes que viajo. Quantas foram as vezes em que quis desistir de entrar no avião, nesses 7 anos de idas e vindas para Brasília?? Assim não tem intuição macabra que convença, não concordam??
 
Recorro à Leslie para me compreender. Segundo ela, é apenas natural que os sentimentos/pensamentos se manifestem em pares (pólos) opostos, que se alternam. No meu caso, neste momento, em um pólo encontra-se o impulso pela vida; no outro, pela "não vida". O desejo de ir o de... ficar. A voz medrosa dentro de mim tenta me persuadir a ficar quietinha, onde é mais seguro e confortável. E ela usa os meus sentimentos, calafrios e arrepios, usa os meus pensamentos e até a minha lógica para tentar me convencer. Ela é muito sedutora e persistente e se comunica como as ondas do mar: vem, recua, mas então vem novamente, sempre, incansável. E portanto há momentos em que parece que todo meu ser deseja ficar e surge uma impaciência com essa história toda de viagem! Para quê me torturar a esse ponto!? Se não é para ser divertido, não vou! Pronto!
 
A voz medrosa é bem mais convincente do que a outra. Afinal, ficar no aconchego do lar parece bem mais "sensato" do que sair por aí, inventando alegrias em outros lugares. Tantas coisas ruins podem acontecer com quem sai em busca de aventuras, não é mesmo?? Why leave the Shire, Mr. Frodo??
 
Mas ainda bem que a gente aprende nesta vida, mesmo que demoremos um bocado. Aprendi a não acreditar nos argumentos "sensatos" que movem o medo. Já me roubaram muitas experiências nesta vida e, confesso, continuam a fazê-lo. Portanto, mesmo que a tese da empolgação às vezes me pareça tão plausível quanto a hipótese de ser guiada por um duende até o pote de ouro no final de arco-íris, pego a minha mochilinha e vou, ligeiro, que é pra não dar tempo de a próxima onda me pegar.  
  

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mais uma velinha no bolo

Aniversário de novo.

Andei olhando os outros dois posts do blog e vi que animação não foi o meu forte, rs!

Anyway, para quem não me conhece direito, é sempre assim: não consigo me empolgar muito com o meu aniversário.

Anteontem fiquei pensando nisso, quando estava em um shopping center. Lembrei que sempre compro um presente para mim, mas não o fiz este ano. E, sabem de uma coisa? Não quero nada. Quero, sim, um monte de coisas que não podem ser compradas:

Noites de música e violão com os amigos.

Família reunida para o almoço - em harmonia, por favor. 

Uma roda de velhas amizades, jogando conversa fora e rindo até chorar. 

Um trabalho que aqueça a minha alma - este ano ainda, por favor.

Uma boa roda de samba, pra dançar a noite inteira.

Que meu marido acorde decidido a se tornar o maior forrozeiro de Pernambuco (esse aqui merece um asterisco!).

Que a minha irmã seja feliz.

Que a minha mãe volte a brincar carnaval.

Que eu seja uma boa mãe, um dia.

Que Deus abençôe a todos nós neste dia. Que todos possam celebrar as pequenas coisas que tornam seus dias amorosos e plenos de significado. Assim seja. :-)

   

quinta-feira, 21 de junho de 2012

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A mudança continua

Ao decidir escrever hoje, percebi a recorrência do tema. Dei um pesquisada no blog e encontrei nada menos que 4 postagens sobre este assunto! Aqui, aqui, aqui  e aqui.

Chamo a isso, internamente, de "Luciana querendo acordar", ou "Luciana querendo nascer".Isso porque, em vários momentos, me vem essa imagem, essa sensação de que estou nascendo agora. É sério! Uns meses atrás eu me sentia em pleno trabalho de parto, hahaha! Hoje, me vem muito a imagem de uma recém-nascida.

Continuo escolhendo largar antigas decisões. Aparecem, aos montes, nos momentos e assuntos mais diversos. Decisões tomadas com certa consciência, porém com a maturidade de uma menina de uns 8 anos. Acho que 8 anos foi a idade em que formei a base mental da minha personalidade.

Tem sido tão gostoso retomar essas decisões. Perceber que, sim, a vida às vezes é difícil e os relacionamentos são complicados e a gente se magoa, se julga... Perceber o quanto fui dura comigo mesma, considerando-me inadequada, vergonhosa, enfim, errada! Perceber quanto tempo da minha vida gastei (gasto) disfarçando quem sou de alguma outra coisa (outra coisa melhor? há controvérsias!). Perceber, no fim das contas, que todas as defesas que armei naquele tempo não são a melhor forma de lidar com as dificuldades. Isso é o que tem me dado a liberdade de experimentar outras soluções. 

De todas, a maior lição tem sido respeitar a criança que fui. Aquela que ainda vive em mim, por meio de lembranças e de características que, de tão básicas, parecem ser instintivas, inerentes a esta pessoa que escreve. Na minha cabecinha de 8 anos, a única solução possível, tomada com muuuita raiva e vergonha, foi (tentar) trancafiar (sem sucesso) todas as minhas características ruins numa jaula e mantê-las ali, quietas, para que não me atrapalhassem. Elas formavam a minha "fera", que eu temia ser capaz de destruir todos os meus relacionamentos.

Agora, escolho me colocar frente a frente com "a fera". Escuto-a, deixo-a falar, comigo e com os outros. Também escolho admitir, para mim mesma, tantas outras características, sentimentos e impulsos que considerei terríveis demais para aceitar. Não sem um certo constrangimento, claro. Não quero deixar aqui a impressão de que isso é sempre uma delícia. Afinal, admitir sentimentos e atitudes de inveja, egoísmo, destrutividade, não é exatamente como ir a um parque de diversões. Mas, engraçado... o reconhecimento tem trazido um alívio muito mais magnético do que qualquer impulso de correr da raia.  

E quando é demais e não tenho mais colo para dar a mim mesma, quando desaparecem de mim a compreensão e a aceitação de que preciso, rezo. Peço a Jesus, em sua compaixão infinita, que ensine isso ao meu coração. Peço a Padmasambhava, o Bodhisatva da Compaixão, que me inspire. Peço ao meu "protetor", que tantas vezes se comunicou comigo por meio de uma amiga, que sussurre ao meu ouvido palavras de sabedoria. Vou à praia e deixo que o vento, a areia, o mar, me lembrem do que a vida realmente é feita.

A minha longa caminhada está me trazendo exatamente até onde sempre estive. Nada mudou. Apenas estou descobrindo que aquela coisinha esdrúxula e insuportável que eu era, na verdade, não tinha nada de errado. Nenhuma criança nasce errada. Elas apenas não sabem disso. Aí, sim, elas adoecem.

Plenoasmo

Pleonasmo é uma repetição, uma redundância, proposital ou não, que enfatiza uma determinada idéia.

Por exemplo, um morador de Recife comete pleonasmo ao dizer: "Ali é perigoso, viu?" pois, em Recife, na palavra "ali" subentende-se o adjetivo "perigoso".

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sociedade do Processo

Outro dia ouvi no rádio o caso de uma mulher que, flagrada em relacionamento com um homem casado, entrou com processo por Danos Morais contra a esposa traída, por ter ouvido da última uns bons desaforos. 

Na mesma semana, ouvi também sobre um homem que, após dificuldades na efetivação de uma compra, sentiu-se ofendido pelo fato de a vendedora ter feito um sinal para que o segurança da loja se aproximasse. Conforme relato do próprio homem, não houve contato físico entre ele e o segurança, ele não foi tirado da loja à força, nem ao menos convidado a sair. Ainda assim, a funcionária do Procon, consultada pelo programa, orientou-o a entrar com a ação por Danos Morais, por ofensa cometida pela despreparada vendedora. 

Ambos os casos me deixaram boquiaberta. No primeiro, porque alguém que se intrometeu em um casamento tenha decidido que não merecia ouvir xingamentos por parte da vítima da traição. No segundo, porque a funcionária do Procon tenha recomendado a abertura de processo em decorrência de um constrangimento tão pequeno... 

Mais surpresa ainda fiquei ao constatar que muitas pessoas concordam que, no segundo caso, era justa a abertura de processo. E que, no primeiro, dependendo do prejuízo que os xingamentos causassem - como perda de uma promoção ou de emprego - a ação seria justa... Ou seja, se a esposa traída trabalhasse com a amante de seu marido e explodisse com ela no ambiente de trabalho, resultando em antipatia das pessoas em relação à última (antipatia essa que pudesse evoluir a uma perda de emprego ou de promoção, embora isso seja um tanto difícil de provar), seria a esposa traída merecedora de processo?

Tenho medo disso em que a nossa sociedade parece estar se transformando. Nos Estados Unidos já é assim: se você espirrar sem tapar o nariz, é capaz de sofrer um processo da parte de algum passante que se julgue prejudicado pela sua rinite. E pode ser que ele ganhe.

Será mesmo que as pessoas não deviam tentar lidar com as suas frustrações, sem ficar o tempo inteiro procurando um culpado? Será que o homem que se sentiu atingido pela chegada do segurança da loja não poderia simplesmente perceber o quanto a vendedora estava despreparada e até fazer piada da situação? E eu não vou nem comentar o caso da amante, fala sério...

Sou decididamente contra essa mentalidade do processo. Não acredito em uma sociedade em que as pessoas têm a possibilidade de lidarem com seus brios e melindres judicialmente. Se eu fosse juíza, sentenciaria o queixoso a fazer uma reflexão profunda sobre si mesmo, sobre os próprios julgamentos em relação a si na situação, enfim, sobre o que realmente lhe incomodou tanto. Um bom juiz decide de maneira que ajude a sociedade a crescer, evoluir. E crescer é assim: a gente vai aprendendo que não adianta fazer birra. 

A sociedade do processo endossa o comportamento irado e irrefletido de crianças mimadas, que não estão dispostas a lidar com um mínimo de chateação. Crianças-adulto que têm nas mãos um instrumento poderoso para exercer sua vingança, sentindo o gostinho de aniquilar o oponente, arruinando-o financeiramente. E quando isso acontece, o único ˜vencedor" é a Inconsciência...    

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Frases sobre a fé

Viver é um ato de fé
É seguir adiante, sem saber o que nos espera
Insistir em um plano para o qual não há garantias
A fé é o ânimo de ir em frente

Houve um tempo em que eu não tinha fé
Não conseguia rezar, embora soubesse como
Não pedia por mim, pois, no fundo,
não acreditava que receberia ajuda

Viver sem fé é como morar numa casa vazia e sem janelas.
Você não sabe o que está fazendo ali e não vê saída.

Por duas vezes, rezei e fui atendida
Imediatamente!

Quem me conhece há algum tempo
pode estranhar essas palavras
vindas justo de alguém sempre tão cética como eu
É que descobri que o ceticismo é um tipo de doença
É uma inteligência que é burra
Pois ignora o fato de que ignora um bocado de coisas...

Não é preciso religião para se ter fé
Mas acreditar em influências fora do nosso controle
E que podemos invocar consciência, sabedoria, compaixão
Acreditar que pedir é o suficiente para receber

E é preciso realmente pedir
Como exercício dessa fé
Só assim os resultados ficarão aparentes
E não restarão mais dúvidas.





sexta-feira, 11 de maio de 2012

Limão para limonada

Dizem que a arte nasce da dor. Sendo assim, resolvi fazer poesia a partir do estado deplorável da TPM. Pelo menos vai servir para alguma coisa, né??
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Comunicação
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Áspero
Assim é meu mundo
Ferem as palavras
Ditas e ouvidas
Comunicação gera solidão
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TPM
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Coração desanimado, amargurado
Como quem perdeu um amor
Rasteja como um verme, indignado
Alimentando-se dos detritos de sonhos desfeitos
Segue sem brilho, sem planos, sem sentido
Seu problema é falta de fé