Uma das coisas mais engraçadas sobre a vida é o quanto a gente muda. E parece até que quanto mais frisarmos o quanto odiamos ou amamos uma determinada coisa ou situação, mais oposto será o nosso sentimento depois, rs.
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Assim foi comigo e o samba.
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Fui uma criança e adolescente enjoada para música, não ouvia quase nada. Gostava das coisas que minha mãe ouvia, Barbara Streisand, Carly Simon e outras músicas românticas, sempre em inglês. Decididamente, a música brasileira não me agradava.
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Em especial o samba. :-)
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Hoje acho uma delícia escutar um bom samba e especialmente, é claro, dançar. O que antes achava repetitivo e monótono (hein?!?!) hoje é garantia de horas e horas de diversão, sem descanso. Uma noite de samba, para mim, equivale a 10 sessões de massagem relaxante, acompanhadas de uma caixa de chocolates Lindt com champagne!! Adoro os mais antigos, românticos, debochados, porém sem tanta malícia, tristes... Engraçado como samba gosta de ser triste, rs. Curto um samba-enredo, porém em doses moderadas, pois haja perna pra tanta velocidade (aproveito para registrar meu profundo respeito às rainhas de bateria, vôte...). E sinto uma satisfação a mais por cantar e dançar um ritmo que é tão a cara do meu país.
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Bom, o samba que vou postar aqui se chama "Tristeza e pé no chão", cantado por Clara Nunes. Adooooro!!
Dei um aperto de saudade no meu tamborim
Molhei o pano da cuíca com as minhas lágrimas
Dei o tempo de espera para a marcação e cantei
A minha vida na avenida sem empolgação
Vai manter a tradição
Vai meu bloco, tristeza e pé no chão
Fiz o estandarte com as minha mágoas
Usei como destaque a sua falsidade
Do nosso desacerto fiz meu samba enredo
Do velho som da minha surda dividi meus versos
Vai manter a tradição
Vai meu bloco, tristeza e pé no chão
Nas platinelas do pandeiro coloquei surdina
Marquei o último ensaio em qualquer esquina
Manchei o verde esperança da nossa bandeira
Marquei o dia do desfile para a quarta-feira