sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mais uma velinha no bolo

Aniversário de novo.

Andei olhando os outros dois posts do blog e vi que animação não foi o meu forte, rs!

Anyway, para quem não me conhece direito, é sempre assim: não consigo me empolgar muito com o meu aniversário.

Anteontem fiquei pensando nisso, quando estava em um shopping center. Lembrei que sempre compro um presente para mim, mas não o fiz este ano. E, sabem de uma coisa? Não quero nada. Quero, sim, um monte de coisas que não podem ser compradas:

Noites de música e violão com os amigos.

Família reunida para o almoço - em harmonia, por favor. 

Uma roda de velhas amizades, jogando conversa fora e rindo até chorar. 

Um trabalho que aqueça a minha alma - este ano ainda, por favor.

Uma boa roda de samba, pra dançar a noite inteira.

Que meu marido acorde decidido a se tornar o maior forrozeiro de Pernambuco (esse aqui merece um asterisco!).

Que a minha irmã seja feliz.

Que a minha mãe volte a brincar carnaval.

Que eu seja uma boa mãe, um dia.

Que Deus abençôe a todos nós neste dia. Que todos possam celebrar as pequenas coisas que tornam seus dias amorosos e plenos de significado. Assim seja. :-)

   

quinta-feira, 21 de junho de 2012

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A mudança continua

Ao decidir escrever hoje, percebi a recorrência do tema. Dei um pesquisada no blog e encontrei nada menos que 4 postagens sobre este assunto! Aqui, aqui, aqui  e aqui.

Chamo a isso, internamente, de "Luciana querendo acordar", ou "Luciana querendo nascer".Isso porque, em vários momentos, me vem essa imagem, essa sensação de que estou nascendo agora. É sério! Uns meses atrás eu me sentia em pleno trabalho de parto, hahaha! Hoje, me vem muito a imagem de uma recém-nascida.

Continuo escolhendo largar antigas decisões. Aparecem, aos montes, nos momentos e assuntos mais diversos. Decisões tomadas com certa consciência, porém com a maturidade de uma menina de uns 8 anos. Acho que 8 anos foi a idade em que formei a base mental da minha personalidade.

Tem sido tão gostoso retomar essas decisões. Perceber que, sim, a vida às vezes é difícil e os relacionamentos são complicados e a gente se magoa, se julga... Perceber o quanto fui dura comigo mesma, considerando-me inadequada, vergonhosa, enfim, errada! Perceber quanto tempo da minha vida gastei (gasto) disfarçando quem sou de alguma outra coisa (outra coisa melhor? há controvérsias!). Perceber, no fim das contas, que todas as defesas que armei naquele tempo não são a melhor forma de lidar com as dificuldades. Isso é o que tem me dado a liberdade de experimentar outras soluções. 

De todas, a maior lição tem sido respeitar a criança que fui. Aquela que ainda vive em mim, por meio de lembranças e de características que, de tão básicas, parecem ser instintivas, inerentes a esta pessoa que escreve. Na minha cabecinha de 8 anos, a única solução possível, tomada com muuuita raiva e vergonha, foi (tentar) trancafiar (sem sucesso) todas as minhas características ruins numa jaula e mantê-las ali, quietas, para que não me atrapalhassem. Elas formavam a minha "fera", que eu temia ser capaz de destruir todos os meus relacionamentos.

Agora, escolho me colocar frente a frente com "a fera". Escuto-a, deixo-a falar, comigo e com os outros. Também escolho admitir, para mim mesma, tantas outras características, sentimentos e impulsos que considerei terríveis demais para aceitar. Não sem um certo constrangimento, claro. Não quero deixar aqui a impressão de que isso é sempre uma delícia. Afinal, admitir sentimentos e atitudes de inveja, egoísmo, destrutividade, não é exatamente como ir a um parque de diversões. Mas, engraçado... o reconhecimento tem trazido um alívio muito mais magnético do que qualquer impulso de correr da raia.  

E quando é demais e não tenho mais colo para dar a mim mesma, quando desaparecem de mim a compreensão e a aceitação de que preciso, rezo. Peço a Jesus, em sua compaixão infinita, que ensine isso ao meu coração. Peço a Padmasambhava, o Bodhisatva da Compaixão, que me inspire. Peço ao meu "protetor", que tantas vezes se comunicou comigo por meio de uma amiga, que sussurre ao meu ouvido palavras de sabedoria. Vou à praia e deixo que o vento, a areia, o mar, me lembrem do que a vida realmente é feita.

A minha longa caminhada está me trazendo exatamente até onde sempre estive. Nada mudou. Apenas estou descobrindo que aquela coisinha esdrúxula e insuportável que eu era, na verdade, não tinha nada de errado. Nenhuma criança nasce errada. Elas apenas não sabem disso. Aí, sim, elas adoecem.

Plenoasmo

Pleonasmo é uma repetição, uma redundância, proposital ou não, que enfatiza uma determinada idéia.

Por exemplo, um morador de Recife comete pleonasmo ao dizer: "Ali é perigoso, viu?" pois, em Recife, na palavra "ali" subentende-se o adjetivo "perigoso".

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sociedade do Processo

Outro dia ouvi no rádio o caso de uma mulher que, flagrada em relacionamento com um homem casado, entrou com processo por Danos Morais contra a esposa traída, por ter ouvido da última uns bons desaforos. 

Na mesma semana, ouvi também sobre um homem que, após dificuldades na efetivação de uma compra, sentiu-se ofendido pelo fato de a vendedora ter feito um sinal para que o segurança da loja se aproximasse. Conforme relato do próprio homem, não houve contato físico entre ele e o segurança, ele não foi tirado da loja à força, nem ao menos convidado a sair. Ainda assim, a funcionária do Procon, consultada pelo programa, orientou-o a entrar com a ação por Danos Morais, por ofensa cometida pela despreparada vendedora. 

Ambos os casos me deixaram boquiaberta. No primeiro, porque alguém que se intrometeu em um casamento tenha decidido que não merecia ouvir xingamentos por parte da vítima da traição. No segundo, porque a funcionária do Procon tenha recomendado a abertura de processo em decorrência de um constrangimento tão pequeno... 

Mais surpresa ainda fiquei ao constatar que muitas pessoas concordam que, no segundo caso, era justa a abertura de processo. E que, no primeiro, dependendo do prejuízo que os xingamentos causassem - como perda de uma promoção ou de emprego - a ação seria justa... Ou seja, se a esposa traída trabalhasse com a amante de seu marido e explodisse com ela no ambiente de trabalho, resultando em antipatia das pessoas em relação à última (antipatia essa que pudesse evoluir a uma perda de emprego ou de promoção, embora isso seja um tanto difícil de provar), seria a esposa traída merecedora de processo?

Tenho medo disso em que a nossa sociedade parece estar se transformando. Nos Estados Unidos já é assim: se você espirrar sem tapar o nariz, é capaz de sofrer um processo da parte de algum passante que se julgue prejudicado pela sua rinite. E pode ser que ele ganhe.

Será mesmo que as pessoas não deviam tentar lidar com as suas frustrações, sem ficar o tempo inteiro procurando um culpado? Será que o homem que se sentiu atingido pela chegada do segurança da loja não poderia simplesmente perceber o quanto a vendedora estava despreparada e até fazer piada da situação? E eu não vou nem comentar o caso da amante, fala sério...

Sou decididamente contra essa mentalidade do processo. Não acredito em uma sociedade em que as pessoas têm a possibilidade de lidarem com seus brios e melindres judicialmente. Se eu fosse juíza, sentenciaria o queixoso a fazer uma reflexão profunda sobre si mesmo, sobre os próprios julgamentos em relação a si na situação, enfim, sobre o que realmente lhe incomodou tanto. Um bom juiz decide de maneira que ajude a sociedade a crescer, evoluir. E crescer é assim: a gente vai aprendendo que não adianta fazer birra. 

A sociedade do processo endossa o comportamento irado e irrefletido de crianças mimadas, que não estão dispostas a lidar com um mínimo de chateação. Crianças-adulto que têm nas mãos um instrumento poderoso para exercer sua vingança, sentindo o gostinho de aniquilar o oponente, arruinando-o financeiramente. E quando isso acontece, o único ˜vencedor" é a Inconsciência...