segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Escolhendo viver

Na terça-feira da semana que vem, embarcaremos - Bruno e eu - em uma viagem maravilhosa. Há meses planejamos, estudamos, escolhemos tudo o que queremos fazer. Será a nossa lua-de-mel!!
 
Momento de pura alegria, certo?? Errado. Senhoras e senhores, recebam as polaridades, que sempre se manifestam com igual intensidade. Pois a empolgação, a alegria e o sentido de realização de um sonho estão sendo acompanhados, de pertinho, pelo medo, medão, medãozão de estar "dando um passo em falso"; medo de morrer, mesmo, para ser clara. É um medo tão grande que tira o meu sono e atrapalha meu raciocínio, fazendo-me questionar toda essa história de viajar. 
 
E agora?? Seria isso um presságio?? Difícil dizer. Afinal, essa rotina se repete todas as vezes que viajo. Quantas foram as vezes em que quis desistir de entrar no avião, nesses 7 anos de idas e vindas para Brasília?? Assim não tem intuição macabra que convença, não concordam??
 
Recorro à Leslie para me compreender. Segundo ela, é apenas natural que os sentimentos/pensamentos se manifestem em pares (pólos) opostos, que se alternam. No meu caso, neste momento, em um pólo encontra-se o impulso pela vida; no outro, pela "não vida". O desejo de ir o de... ficar. A voz medrosa dentro de mim tenta me persuadir a ficar quietinha, onde é mais seguro e confortável. E ela usa os meus sentimentos, calafrios e arrepios, usa os meus pensamentos e até a minha lógica para tentar me convencer. Ela é muito sedutora e persistente e se comunica como as ondas do mar: vem, recua, mas então vem novamente, sempre, incansável. E portanto há momentos em que parece que todo meu ser deseja ficar e surge uma impaciência com essa história toda de viagem! Para quê me torturar a esse ponto!? Se não é para ser divertido, não vou! Pronto!
 
A voz medrosa é bem mais convincente do que a outra. Afinal, ficar no aconchego do lar parece bem mais "sensato" do que sair por aí, inventando alegrias em outros lugares. Tantas coisas ruins podem acontecer com quem sai em busca de aventuras, não é mesmo?? Why leave the Shire, Mr. Frodo??
 
Mas ainda bem que a gente aprende nesta vida, mesmo que demoremos um bocado. Aprendi a não acreditar nos argumentos "sensatos" que movem o medo. Já me roubaram muitas experiências nesta vida e, confesso, continuam a fazê-lo. Portanto, mesmo que a tese da empolgação às vezes me pareça tão plausível quanto a hipótese de ser guiada por um duende até o pote de ouro no final de arco-íris, pego a minha mochilinha e vou, ligeiro, que é pra não dar tempo de a próxima onda me pegar.  
  

2 comentários:

  1. Lembrei do que a Samvara me disse uma vez: para ir na exata direção daquilo de que temos medo. Você tá com tudo, Lu!

    Boa viagem!

    E olha a nossa sintonia: tava justamente pensando em escrever no blog sobre minhas viagens de agosto e o que tirei delas!!

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  2. Que bom que fostes!!
    Espero que na próxima, venham pelas bandas de ca também!!

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